Intitulável

O tempo agora ficou nublado, até o tempo está tentando me agradar, pra que eu me sinta feliz novamente, sorrir e cantar, mas não as canções que me lembram você (o inconsciente a me dizer). Talvez chova, eu poderia dançar enquanto os pingos de chuva molhassem meu corpo – lavar a alma.
Porque agora tenho um sentimento indefinido dentro de mim, onde todos vem me perguntar o motivo do meu estado de neutralidade.
- O que você tem?
- É só saudade.
Dessa saudade sinto mesmo, e agora todo dia ela me encontra, dentro do ônibus, na P.A, enquanto olho o campo verdejante, o horizonte que nada me diz, nada tem a me revelar. Estou tentando aprender a lidar com isso, da melhor maneira possível, te ver se tornou uma realidade muito distante, inalcançável. Me dói, parece que você morreu, se suicidou do meu dia-a-dia, que tem o universo e as dez dimensões nos separando, uma vida inteira, mas não é tudo que nos distancia, foi somente a sua decisão de me matar da sua própria vida, de me punir por ter te amado, por ter escrito nossa história repetidas vezes nos muros da cidade, nunca ter te contado quando houve tempo e oportunidade pra expor meus sentimentos, fui covarde, eu sei, tive medo, por causa dele agora vivo e morro de saudades tuas.
Sabe nesse instante eu trocaria qualquer coisa, pra te ver por um segundo, daquele seu jeito de antes, quando você vinha até mim, me dava bom dia e ria, num riso solto, que me acalentava, eu esperaria quanto tempo fosse se esse acontecimento pudesse se repetir.
Me vejo sentada esperando o metrô, escrevendo essas linhas pro tempo passar mais depressa, registrar nessa segunda-feira estranha, o que se passa em mim, a sensação que o inesperado há de me encontrar com a sua personificação.

Comentários

  1. gostei.. amiga.. mas esquece... pois la vem uma onda.. mas outra onda.. e muita areia na praia...

    os mortos estao mas vivos do que "os vivos..."

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