Confissão

Decidi pelo pior caminho, o de não fazer mais nada pra tentar te esquecer, do inesquecimento do seu jeito, dos seus gestos e gostos, preferi me corroer de saudade, me isolar num mundo onde só existam suas lembranças, isso se torna o suficiente pra continuar vivendo, o que dá força pra levantar todo dia de cama.
Nesse cárcere de solidão, conto os dias no calendário que parece não ter mais fim, o tempo congelou, ou anda com passos de tartaruga, faço cálculos, mais de trezentos dias sem ver seus olhos, sem aquela sensação que o coração vai sair pela boca porque você está chegando.
Não penso mais nos “se” se eu tivesse... se eu pudesse... Estou calejada demais, cansada de remoer os arrependimentos das coisas que não fiz pra ter você do meu lado. Eu não tive, não tenho, basta! Inverno, verão, passaram por mim, os ipês floresceram, mil e uma coisas aconteceram, e de você não recebi nenhuma noticia, os soluços de saudade estão sempre ali a espreita, ao momento em que eu ativar as memórias, as poucas que restaram de você. Quase um ano de saudade.

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