Debaixo da chuva

O repentino inverno no auge do calor teresinense trouxe com ele tanta felicidade, que jamais pensei ainda existir dentro de mim, a umidade muda meu humor, aprendi por esses dias de chuva e sol intercalados, o tempo agora parece ter sentimentos, absorve os sentidos alheios.
Mamãe me pede favores quando estou mais cansada, apesar de não gostar muito da idéia acabo obedecendo, fui ao mercado caindo pelas tabelas de tanto sono, ao por meus pés na rua o céu de repente se encheu de nuvens escuras, tentei me apressar em vão, terminada minha compra a chuva me pegou, desprevenida e sem proteção, quem entra na chuva se molha mesmo.
Caminhei calmamente durante o meu trajeto, um banho de chuva é bom pra lavar a alma, só não contava estar sendo observada, que sensação incomoda, olhei pros lados pra confirmar se alguém realmente estava a me olhar. Ooops! tinha um garoto me fitando enquanto eu desfilava cheia de mim pela rua, minha antiga paixonite de quando eu fazia a 7° série numa escola perto de casa, um gostar passageiro.
Estranhei a atitude, tempos atrás me esforçava pra ele me notar, agora que me percebe sou eu que não consigo mais enxergá-lo, os olhos verde-mar não me seduzem mais.

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