Em cima da nuvem

Não é que eu esteja alheia sobre o que acontece ao meu redor, vivo a vida de fora pra dentro, às vezes parece que estou vendo alguém vivendo a minha vida e não esta que vos escreve, uma outra, um outro eu, de tantas misturas, qual a verdadeira? Pensamento esquizofrênico, mas analisando minhas memórias infantes, lembro-me dos questionamentos sobre o meu eu, que dorme, acorda, come, dorme, faz coisas no impulso. Quem é ela? Quem sou eu? (de dentro pra fora raramente), cuidar, trazer pra si, de morrer com o próprio veneno e depois querer a vida, com a mesmice dos dias, de despertar e não desejar sair da cama, dar sentido mesmo sem nem saber ao certo por onde começar, observar outrem e constatar que pra ser feliz não falta quase nada, pois tenho pernas pra me movimentar a qualquer lugar, braços saudáveis que possam envolver os entes queridos num caloroso abraço e escrever porque sem isso eu desistiria dessa vida.
Nas manhãs quando me perco em meio a tantas explicações, sentada na carteira, ouvir distantes as risadas e conversas paralelas dos amigos, todos sentados no fundo da sala – meu recanto, de ficar calada, olhando pro nada, alguém me chamar pra participar da conversa, já nem estou dentro de mim, uma dose de realidade, no súbito despertar pro resto do mundo literalmente no grito: “DESCE DA NUVEM!”

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