10.06.11
LOGO hoje, em que depois de muito
tempo acordei com uma sobridez das coisas da vida, não me revoltei com nenhum
fato, nem mesmo reclamei por ter perdido o sono em vão, e quase esqueci o
pressentimento que há dias assolava o meu coração. Por um momento nesta manhã
duvidei das forças divinas, um amigo até me disse pra continuar acreditando...
Fui pra parada de ônibus e não
refleti sobre nada, pois tive companhia, nada pairava no ar. A melhor maneira
de esperar é não esperar nada dessa vida. Ouvindo música pra viagem passar mais
rápido, o ônibus para em um lugar qualquer e de repente enquanto meus olhos
vasculhavam a paisagem eis que surge você.
Por um instante cheguei a pensar
que não era, tamanha surpresa, alívio de uma saudade sentida e ressentida na
maior parte do tempo no último ano em que não nos vimos mais. Te fitei por dois
segundos, mas não tive força suficiente pra manter meu olhar fixo, seguro,
pronto pra te encarar, no segundo seguinte me veio um misto de sentimentos e
virei meu rosto, quando eu queria mesmo era dar as costas pro insistente
sentimento que ainda existe em mim.
Abaixei a cabeça na tentativa de
olhar em outra direção, ignorar sua figura ali parada que nem imaginava que eu
estava do outro lado te olhando, achei melhor fingir que não te vi, mas a
tarefa era quase impossível, pois do meu rosto caia lágrimas, em cada uma delas
tinha seu nome tatuado, fiquei trêmula, senti um frio na barriga, eram todos os
sintomas de ter te visto. Por um instante tudo era como antes, você no fundo daquela
sala, eu sentada do seu lado, parecia que você nunca tinha saído da minha vida,
como se o tempo em que você esteve ausente nunca tivessem existido.
O meu jeito agora é de não saber
lidar, com isso e todo o resto que estava aparentemente adormecido. Fazia muito
tempo em que aquele curto momento só pertencia aos meus desejos, que no fundo
eu sabia que inesperadamente iria acontecer, foi o suficiente pra me deixar
feito fogo em brasa, inquieta pelos dias em que estive em paz – até hoje. Me
peguei pensando como foi que consegui te deixar de lado quando pude e fiz, mas
era necessário me aprumar e seguir em frente.
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