Isso aqui ainda é o meu lugar de paz

Ainda consigo encontrar conforto nas linhas que escrevo, talvez eu seja apenas um fragmento mínimo da pessoa que era quando comecei a registrar minhas agonias aqui, o meu lugar de paz tem audiência, mas isso não me abala, por mais que as vezes me dê a sensação de nudez não consentida, porém sentida com cada pelinho do meu corpo.

A pandemia revelou meu novo (a)normal, ela sempre esteve comigo, ignorá-la é exaustivo. Tenho dois papéis timbrados provando que não sou tão burra assim, não sei explicar nem pra mim, porque de alguma forma eu teime em acreditar que minha cabeça é só um campo vazio e se tento abrir pra enfiar qualquer coisa ela vai explodir.

Eu não sei mais de nada, nem o reconhecimento tardio me traz conforto, pedidos de desculpas, o que eu fui há três, dois anos atrás, ficou tudo lá... nesse tempo perdido, parece que eu estava vivendo por antecipação os acontecimentos de agora, não tenho como gastar uma coisa que já vivi, de novo antes da hora. Nunca tive vocação pra ser boa demais, pra quem está de fora pode até ter usufruído da melhor parte de mim, mas esse prazer eu me rasgaria pra me dar, porque nunca consegui ser a pessoa mais incrível pra Ilrianny, pra ela foram sempre cobranças e comparações.

É como se eu tentasse dar sentido pra tudo, mas nem todo mundo acompanha meu passo, por sempre me colocar no lugar da margem de erro, me sinto o errada na maioria das vezes, até quando meu inconsciente diz que não há nada pra me preocupar, as mechas de cabelo branco só comprovam o contrário. Acredito 100% na minha intuição, não deveria ser tão difícil seguir a risca o que ela diz.

Sempre tenho tanta coisa pra falar, quando chega a hora de botar pra fora todo o texto ensaiado na cabeça as palavras somem, mais uma vez estou lá, engasgada com as palavras que não disse, é minha energia de querer apaziguar qualquer coisa que me deixa em desconforto. Todos os dias o meu manual de instruções fica obsoleto.



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