Como sempre não vai ter título...

14.02.16
Venho inutilmente por meio deste blog que ainda possuo não sei porque, informar "minha volta", nunca aprendi o uso correto do porque junto por que separado por quê com acento, e sem acento... talvez tenha que colocar na amuada lista de coisas a fazer no decorrer desse ano, vai ver possivelmente perdi a pegada de sentar na cadeira velha a frente do computador, não uso mais cadernos, canetas, nem o bloquinho de notas pra quando alguma frase venha me perseguir, é preciso exorcizar fantasmas, libetar quem está preso.

(...)
Faltou luz, e o que eu tinha a dizer se perdeu de mim.

Continuando... achei um diário de 2003, reli hoje, mesmo tendo ele em mãos há quase um mês, depois de permanecer perdido em uma reforma na casa da Vovó, a viagem no tempo me levou a lugares que minha memória apagou, pessoas, fatos, arrependimentos... Deu vontade de puxar aquela Ilrianny pelo braço, lhe dizer umas verdades, mas a garota apressada pelo por vir ainda vive em mim, ainda não sei se isso é bom ou ruim.
O ano anterior foi um mergulho profundo dentro de mim mesma, eu assenti as quedas, os velhos e novos machucados adquiridos na aventura, o corpo falou tanto, tão alto, resolvi escutar seus gritos, chegava a hora(finalmente) não adiantava mais levar um peso que não conseguia carregar, existe cura e redirecionamento de conduta, eu abracei as alternativas, sigo tentando através do que tenho disponível: tudo.
Eu tive vontade de escrever a respeito, mas de imediato a sensação de não registrar sobre aqueles dias me vencia na maioria das vezes, em algumas o desabafo saia, bastava a primeira leitura pra desejar não ter escrito nada, apagava, como quem usa o "delete" quase intacto do teclado, na intenção inútil de sentir arrependimento que não vinha, mais do que ninguém sei, em caso de segunda chance eu agiria exatamente igual.
A vida de um modo geral perdeu a cor, por isso as fotos desbotadas da viagem de fuga feita no meio disso tudo, a cor voltou em Outubro numa procissão em que os meus passos foram regados por lágrimas, e desejos profundos de estar bem, voltar pros eixos era a necessidade do momento, mantê-lo é o desafio diário.

(...)
01.05.16
Andei vendo fotos, cheguei a conclusão que por mais que o tempo não seja palpável ele tem efeitos visíveis, percorremos o mais distante possível, me desanimei pela terrível mania de querer tudo do meu jeito, engolir as escolhas que não foram feitas por mim, e no final fico sozinha procurando em vão explicações que possam me acalmar pra enfim dar o próximo passo.

(...)
24.11.16
Força-esforço-forçar, essa combinação maluca tem efeito de overdose, agir, fazer alguma coisa pra mudar, e quando nada muda? Parar e reavaliar, conserta aquela parte, não tenha pressa, paciência, eu não acho que projeto em terceiros a minha felicidade, onde está a origem do problema? Porque esse ciclo vicioso? eu continuo negligenciando as vozes dentro de mim, a ilusão é tão bonita quando a gente vive ela, é ruim quando acaba a realidade chama, em um segundo parece que tudo se quebra e não dá pra colar de novo, já foi, já era. Eu senti que já tinha dado tudo, sobrou um pouco, a descoberta desse tesouro vou proteger, me assaltaram de novo.

(...)
29.11.16
Deu vontade de escrever, pois é onde me refugio em tempos que parecem exigir mais de nós, enquanto estamos aqui em cima da terra, dias como esse de hoje dá um clique, um puxão, um desconforto agoniado... A vida pede imediatismo, eu como pessoa ansiosa sigo no coro dos que tem pressa, eu quero pra antes de ontem, mas é preciso respeitar o coleguinha do lado que tem as melhores esperanças depositadas no dia de amanhã, deve ser bem legal manter essa fé que dias bem melhores ainda virão, gostaria de ter um pouco disso em mim, o agora não volta, só posso contar com isso, saber esperar é privilégio.

(...)
17.12.16
Ontem zapeando uns livros no Google li trechos do livro novo do Lucas Silveira, e bateu uma nostalgia desse blog que vos escrevo em meados de 2010, onde se pudesse fazer desse espaço minha casa nesse mundo assim faria, era tanta necessidade de jogar pra fora o que eu não conseguia externalizar, remoí tudo o que eu podia naquele ano, ainda prolonguei uns anos a mais, ter 28 anos e aquelas pessoas não terem mais nenhuma importância pra mim é maravilhoso, talvez até as convide pra ir ao bar, beber e rir daquela porcaria toda. Mas sou grata aqueles maus bocados, eles ajudaram a fazer de mim a pessoa que sou hoje, não apagaria nada, viveria tudo de novo, sem nenhuma saudade.

(...)
19.12.16
As vezes o nosso entendimento dos acontecimentos é matéria-prima particular, compartilhar disso é ameaçador, desconstruir a tua visão para construir a minha visão pra ti, pode emaranhar ainda mais qualquer rumo no futuro, se conformar ou negligenciar (devia) ser bom, mas a ideia não morre e nem muda de lugar, ela vai achando um lugar dela dentro da gente, desse tipo de coisa que passei a minha vida inteira fugindo, explicar desentendimentos quando esse passa a ser um desejo unilateral, de tanto se dizer o tempo inteiro que não existe, foi mais uma criação da tua cabeça.

(...)
23.12.16
Sétimo 23 de Dezembro aqui, por duas vezes essa data passou a ser importante, a primeira porque foi quando tive a genial ideia de abrir esse espaço, a segunda ainda é fato recente, não que aquela descoberta se faria presente nos dias de hoje, o estado de encantamento foi pela imprevisão, o risco, o coração acelerado, a intuição ignorada - vou viver isso porque acho que do modo mais esdrúxulo se faz necessário, que se foda o futuro, o momento era oportuno, me pus em último de todos aqueles pensamentos e possibilidades, queda livre sem nenhum acessório de segurança, queria dizer que fazem exatos 731 dias, coloquei The Blower's Daughter pra tocar, mas não deu pra ouvir tua voz enquanto eu cantava o refrão.








Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

-

Em um único tom