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Aleatoriedades de um mundo sem sentido, do acordar ao levantar dos movimentos contínuos. O céu lá fora fez-se breu, fechou as cortinas pro astro rei, o mais escaldante de todos os sóis. O mundo vai desabar em água, quando eu mais queria ver uma chuva de granizo, desejo irrelevante diante da natureza, ela é quem manda apesar de sempre saber disso. Será que ainda dá tempo de escutar a última canção?Antes das trovoadas caírem por terra, de fazer tremer o chão e as mãos forem elevadas aos ouvidos, ultrapassando os limites médios de decibéis permitidos. Não dá mais, já começou. Melhor deitar um pouco, mesmo não tendo sono, ah! As palavras de Fernando ( o Pessoa) está perto, bem ao meu alcance sem precisar maiores esforços. Tenho aqui um caderno estufado de rascunhos, agora eles que são as memórias, uma biblioteca recheada de sensações. Não quero ler o que escrevi. Volto pro Fernando, as vezes pego o livro, penso numa coisa qualquer, fecho e abro, leio a página que se abriu num sorrateir...