Enredo de 2005

De vez em quando lembro daquele nosso enredo, que mais parecia novela de Manoel Carlos. Mas sabe você ainda é vivente nas minhas memórias juvenis, quando eu vivia metendo os pés pelas mãos, dos meus erros intermináveis, da minha impulsividade e teimosia. Tua calma me inquietava tanto, só me deixava mais impaciente. Eu era tua princesa sem ao menos ter um castelo, sempre pensava isso quando você me ligava, e docemente proferia um “Oi princesa”, ligações sem hora pra acabar, torpedos nas primeiras horas da manhã, eu adorava aquilo.

Antes eu punha em você toda a culpa dos meus relacionamentos frustrados, infelizmente sou assim. Tenho pensado muito e às vezes não acredito no teu noivado, quando eu soube da notícia a primeira coisa que fiz foi ter tomado um porre daqueles, quase ter me atracado com um cara que estava dando em cima de mim naquela noite, mas não derramei uma lágrima, acreditava piamente que a qualquer momento alguém viria desmentir tudo.

Por um segundo desejei ser sua noiva, entrar de braço dado com meu pai na igreja, que ele me entregasse a você no altar, como num perfeito desfecho de comédia romântica. Mas infelizmente não fui feita pro casamento.

Vou te encontrar casualmente pela rua, e te parabenizar pelo casamento, que você seja feliz com ela, sem nenhuma hipocrisia. O amor da minha vida merece a mais plena felicidade: uma casa no campo, filhos, netos. Que ela possa te amar do jeito que eu não soube, um amor tranqüilo e sereno.

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